tag:blogger.com,1999:blog-1452285858976901832024-03-19T01:00:52.332-03:00O Tatu Falante por Gabriel FilpiGabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.comBlogger72125tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-36730685154193238652016-12-03T01:38:00.000-03:002016-12-03T01:38:26.968-03:00Redemoinho<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg34anFVwT0gczkdW-H3gbVaq2ZRrzd8UhDBHxrWpZN0w2XYQk7ZC930IwXbDWlFfzgzvyaOuoj1CImCyZheHPuQbpIrgkZ9uQMtmNmKORJ2YSf_nl6yGgagBnX-h2fOp8Me5WruqUwK3A/s1600/a.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg34anFVwT0gczkdW-H3gbVaq2ZRrzd8UhDBHxrWpZN0w2XYQk7ZC930IwXbDWlFfzgzvyaOuoj1CImCyZheHPuQbpIrgkZ9uQMtmNmKORJ2YSf_nl6yGgagBnX-h2fOp8Me5WruqUwK3A/s320/a.png" width="320" /></a></div>
<br />
Me esforço em tirar a última peça dessa roupa que me prende.<br />
A gente seguindo deve ser algo quase cômico<br />
Tanto tropeço!<br />
Um mais denso que o outro.<br />
Até a mais completa e nua<br />
queda.<br />
<br />
O arrependimento rasgou a última peça.<br />
Mas mãos se estendem pra te mostrar que não está só.<br />
Um dos grandes benefícios de cair<br />
é que a vista do chão é uma vista<br />
completamente<br />
nua.Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-1344614280974889382015-11-26T07:26:00.004-03:002016-04-09T14:27:45.475-03:00Rotina da AlienaçãoDe segunda a segunda vem se perguntando<br />
o motivo da vida, o sentido da lida.<br />
De segunda a sexta vem se esforçando<br />
muito trabalha, muito estuda, rala e luta.<br />
Manhã vira tarde vira noite vira manhã<br />
e o ritmo dorme acorda come sufoca.<br />
<br />
De hora em hora as horas estão voando<br />
corres e contas pra pagar e redes sociais<br />
Minuto a minuto o tempo é insuportável<br />
E tenta, foca... Tanto precisa daquela calça!<br />
Segundo a segundo a calça não chega<br />
Se questiona (um pouco) os motivos da calça.<br />
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
De sexta a domingo é visto sorrindo<br />
sai e bebe e conversa sobre nada.<br />
É todo dentes e saliva, todo glória e vontade<br />
e amigos! amigos! de sexta a domingo.<br />
<br />
De domingo a segunda é pego de surpresa<br />
E o replay se dá como muralha<br />
Imponente prédio de horas e atos<br />
Previsível carrossel de datas.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
E, num instante, para e lembra e olha pro céu<br />
recortado entre prédios<br />
dos amigos dos momentos dos recortes da vida.<br />
E cai de novo sobre si e foca novamente.<br />
Afinal, precisa mesmo daquela calça.</div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike><br />Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-44616828970219763612015-11-10T00:05:00.000-03:002015-11-10T13:20:54.324-03:00O Tatu Falante (alguns passos pro fim)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2NJf6gOxM7FC6d5USXAKtPTNBvFd60WbVL4Alym7z5VU02-8VKe8h4JAlnf6EGTwWJE2e_8_rct_s6fzROZIc2M3fKgQGVwQvlJbBiC7yDjGR9YugP8GPT8o-yo3DPwOmMkIvMzVzCA8/s1600/DSC_1161.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="265" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2NJf6gOxM7FC6d5USXAKtPTNBvFd60WbVL4Alym7z5VU02-8VKe8h4JAlnf6EGTwWJE2e_8_rct_s6fzROZIc2M3fKgQGVwQvlJbBiC7yDjGR9YugP8GPT8o-yo3DPwOmMkIvMzVzCA8/s400/DSC_1161.JPG" width="400" /></a></div>
<div style="clear: both; text-align: left;">
<br />
Este querido blog se aproxima do fim.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ser influenciado é absolutamente normal. Somos influenciados a todo o momento na vida: por uma imagem, por um cheiro, por um roçar do gato, por um sorriso, por uma conversa, por um olhar inserido ali naquela conversa. Dissertar sobre as vantagens e desvantagens destas influências, visto como são várias e diferentes, nem acho ser necessário. Se ainda não refletiu sobre isso, está aí uma influência deste texto na sua vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Há então a necessidade de se blindar? Como ser influenciado de tantas formas e em tal frequência e permanecer o mesmo?</div>
<div style="text-align: justify;">
E, rápida e objetivamente, chego a meu ponto: NÃO se permanece o mesmo. Mesmo que você se esforce, <a href="https://www.youtube.com/watch?v=9C-IDT__1HE" target="_blank">tudo muda, e com toda razão!</a> Ainda que seja angustiante mudar, ainda que doa um pouco o vazio de um velho hábito descartado, as coisas são volúveis. Elas podem, devem ser remexidas. Se seu dente não doesse às vezes, talvez você não se lembrasse de agradecer seus dentes sãos.</div>
<div style="text-align: justify;">
O problema das pessoas é não enxergar que tudo que existe, existe em várias escalas: da pessoal à cósmica. Um sotaque que influencia no seu, um livro que influencia em como você age, um modo de encarar a vida que influencia em como você encara a sua. E olhar para trás e ver o quanto você evoluiu daquele instante em diante até o atual da sua vida.</div>
<div style="text-align: justify;">
Na minha confusa escala pessoal, ler os primeiros textos deste blog é uma experiência curiosa... Ver o quanto minha escrita progrediu, ver o quanto eu mudei. E é incrível <a href="http://otatufalante.blogspot.com.br/2012/11/o-observador.html" target="_blank">observar</a> isso. Neste blog fui todo tipo de gente: do escritor transparente, postando textos de opinião, ao escritor distante e oculto, reduzindo suas postagens apenas a suas produções. Fui narrador personagem, fui narrador observador, fui poeta, fui confuso, fui objetivo. Fui homem, fui mulher. Falei sozinho, falei pra alguém específico, falei pra alguém invisível. E te digo uma coisa: de todas essas situações tirei proveito. A vantagem de experimentar é conhecer os lados positivos e negativos de cada um, o que torna muito mais simples optar por seguir um deles ou, se preferir, por todos. É confiar nas <i>suas</i> vivências ao invés de confiar nas impressões alheias da vida. Este sou eu, Gabriel Filpi, Tatu Falante, buscando viver e compreender todos os lados. E se aventurando Desenhista, Arquiteto, Fotógrafo, Musicista e, claro Escritor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Portanto, analisando o caminho até aqui, não cabe em mim a felicidade de ver que esse blog cumpriu com seu objetivo: Tatufalou em todos os níveis: Foi chulo, foi técnico. Ajudou-me a chegar numa sala com várias portas como a da Alice, sabendo que uma de suas escolhas pode levar-me ao País das Maravilhas ou a outro qualquer. E que magnífico saber que ajudou alguns leitores também, no meio desse processo. Que mais poderia querer?</div>
<div style="text-align: justify;">
E não é com pesar, mas com um pouco daquela dor e angústia da mudança, que decidi, para todos efeitos dar adeus, (quem sabe um até logo) ao Tatu Falante no mês de dezembro de 2015, ainda que haja um carinho imenso da minha parte para este blog. Coisas precisam sair para coisas novas poderem entrar. E não há nisso drama. Há nisso vida.<br />
<br />
Gratidão a todos os que um dia foram meus leitores! E a todos que vieram a mim comentar sobre algo que tinham lido! Saibam que isto importa muito para mim como pessoa, como artista. Amo vocês!</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-39966694530840217412015-10-27T11:35:00.000-03:002016-04-09T14:28:54.650-03:00Ressurreição<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2e9wclrGCiVhz5NOPDQaGHg8NimNKrTJLD0xVk0TW1My22rYlV0gDOAsx9czyOH86-IkKkGdsjZ3zbbe0tmzIp-LQt2FzNvOwU2fB6cnBXF9Biudht-sXjV2S7KKwhGHijxTLfbhp-Ik/s1600/DSC_0716.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2e9wclrGCiVhz5NOPDQaGHg8NimNKrTJLD0xVk0TW1My22rYlV0gDOAsx9czyOH86-IkKkGdsjZ3zbbe0tmzIp-LQt2FzNvOwU2fB6cnBXF9Biudht-sXjV2S7KKwhGHijxTLfbhp-Ik/s320/DSC_0716.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">foto autoral: Serro/MG</td></tr>
</tbody></table>
<br />
O perdão desfaz a eternidade,<br />
o brusco ruído da vida,<br />
teimando em ir na contramão. -<br />
<br />
- ainda que ame a rotina que me ensinaste<br />
as belezas de outrora ainda me enchem os olhos<br />
e a vida torna a resistir na contramão.<br />
<br />
Pois nada justificaria um poema morto<br />
numa pouca caneca de "sou louco por você"<br />
Nada.<br />
E enquanto o poema morre, na lua minguante do céu de setembro,<br />
o ansioso eu novo retoca e aponta<br />
ali em meio a tantas cinzas.<br />
<br />
Não sei se o mais estranho<br />
é fitar tua janela e ver que você definitivamente mudou<br />
ou fitá-la com meus olhos e que eu inelutavelmente mudei.<br />
<br />
E o olhar, desfibrilador universal,<br />
o seu chocando com o meu o dela o nosso<br />
olhar<br />
de todos de vértice de tudo.Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-19898209121148868632015-09-24T09:14:00.001-03:002015-09-25T16:20:48.873-03:00Amores de Praça II<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLxyKKhLVWeQ81io6fZEYVcG2qB9y1M0RzF07XU2U4QHiMDuSfzVxIcwXnK9d0yQMp-wnUeN1IhCuqqjF-hbYBvn4pExzn2oDuKopWD8SonHds5H_eBee6bMEA74u0CPrlvu7dV7oliaw/s1600/20150924_161915%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="192" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLxyKKhLVWeQ81io6fZEYVcG2qB9y1M0RzF07XU2U4QHiMDuSfzVxIcwXnK9d0yQMp-wnUeN1IhCuqqjF-hbYBvn4pExzn2oDuKopWD8SonHds5H_eBee6bMEA74u0CPrlvu7dV7oliaw/s320/20150924_161915%255B1%255D.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">A despeito de toda rotina, que esmaga em conveniências; além de todos os
carros que correm desembestados e dos pobres cães de rua, assustadiços e
desavisados, está ela. Seguindo uma rua desconhecida.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">A magia daquela rua não é apenas o fato de ser desconhecida. A magia
daquele momento está em ser momento. As pessoas já correm e trasladam dum ponto
a outro na cidade. Contudo a manhã nasce, lenta e sem pressa. Um raio
transversal de luz atravessa a fria rua; encontrou alguma brecha entre os
tijolos e o concreto. A luz atravessa a moça.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Estalar de dedos. Latido de cão. Esfregar de olhos. Bocejo.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Ela anda em paz. Está satisfeita, está plena. E olha para os lados sem
compreender muito bem a ansiedade e insatisfação geral.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">No fim – não veem? – desta rua há uma praça. Há de ser. Uma praça. Nova
ou conhecida, há de ser. Esta rua tem jeito de rua que leva a praças, tortuosa
como é. Incomoda-a ruas retas! Dão possibilidade de caminhar rápido de mais e
os detalhes se passavam sem que visse direito. Essa rua, com sua leve curva,
com certeza esconde, no seu fim uma praça bem aconchegante. Na praça há de ter
um banco e gente, fazendo algo qualquer. E a magia está naquele raio de luz.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Se a rua não tiver fim, não haverá frustração; a simples perspectiva de
uma praça a satisfaz. Na verdade, o som dos seus passos basta. Algum passarinho
há de ter.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">As pessoas estalam os dedos latem esfregam os olhos bocejam. E correm e
correm, perseguindo sonhos que não lhes caía muito bem no ombro.<o:p></o:p></span></div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Não é que ela não tinha sonhos. É que os sonhos dela eram um bocado mais
simples. A perspectiva fresca e doce de uma praça era suficiente para que
pousasse um pé na frente do outro e seguisse seu caminho.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">(...)</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 1.0cm;">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"><a href="http://otatufalante.blogspot.com.br/2012/10/amores-de-praca.html" target="_blank">outro de mesmo título</a></span></div>
</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-5457816085567807182015-09-13T22:29:00.000-03:002015-09-13T23:11:36.845-03:00Hoje sou um a mais<div style="background-color: white; color: #141823; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px; margin-bottom: 6px;">
<span style="line-height: 19.32px;">Hoje sou um a mais</span></div>
<div class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #141823; display: inline; font-family: helvetica, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 19.32px;">
<div style="margin-bottom: 6px;">
uma lua Nova.<br />
Tão opaca, mitigada e sozinha<br />
<span style="line-height: 19.32px;">Sem vrilho próprio.</span><br />
<span style="line-height: 19.32px;">Tola tola tola.</span><br />
<span style="line-height: 19.32px;"><br /></span>
<span style="line-height: 19.32px;">Um poeta experimental.</span><br />
Inseguro.<br />
Um maldito coração.<br />
Carregando a suor e lágrimas<br />
Lingotes de um Sonho.<br />
Pois um homem é pequeno pra carregar algo de tão grandes proporções.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Hoje sou mãe pobre.<br />
Sou a que aguarda ansiosa<br />
A cirurgia não esterilizada<br />
Que decidiram aplicar no seu filho.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Sou o ser humano abatido<br />
A prostituir carona nas estradas.<br />
O advogado prático<br />
Que não vê sentido na poesia.<br />
Índia forte e humana<br />
Rendida por forças policiais.</div>
<div style="margin-bottom: 6px; margin-top: 6px;">
Hoje sou um a mais.<br />
E isso não faz de mim mais ou menos.<br />
Faz de mim parte do todo.<br />
Meus desafios serão do tamanho que meu sonho aguentar.<br />
Ouvindo os melodiosos ruídos da vida ganharei o mundo.<br />
Haverá complacência e altruísmo.<br />
Pois hoje sou um<br />
Ser humano a mais.</div>
</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-65425630822650616912015-08-11T16:32:00.002-03:002015-08-11T16:32:36.073-03:00A Moça que Tentava Amar o Cotidiano<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHRpqNZVM2ErPYM1YqTmqo3iFsT2UBTxGfb4n7hTbStarIcQE0mM65zwVDPqmlVyqJx6wdkYVLNpveanrp56yMKsEfsyApqYrYpThI3B8sgwSa3Km9WTD5pW-rja1PmY8yf-cW122wqk4/s1600/11874126_876285932451912_975346964_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHRpqNZVM2ErPYM1YqTmqo3iFsT2UBTxGfb4n7hTbStarIcQE0mM65zwVDPqmlVyqJx6wdkYVLNpveanrp56yMKsEfsyApqYrYpThI3B8sgwSa3Km9WTD5pW-rja1PmY8yf-cW122wqk4/s320/11874126_876285932451912_975346964_n.jpg" width="240" /></a></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sei. Sei que ontem eu não estava bem disposta, querido. Perdão. É a rotina, a rotina faz dessas coizas comigo, você sabe. Além do mais, eu não aguentava mais ouvir nem sequer o som dos seus dentes arrancando uma mordida daquela maçã. Não gosto de rotina, mas acho que gosto das coizas rotineiras. Da magia de se encontrar às vezes um cacoete no rosto de alguém que me lembre um sorrizo seu. Ou de ver uma plantinha teimoza em nascer e se desenvolver na beirada de um meio-fio qualquer. Ou do cheiro que têm os perfumes baratos das moças que bezuntam o cabelo de creme pra sair de manhã cedo. Juro, por Deus, que gosto dessas coizinhas. Me passa a salada? Obrigada.</div>
<div style="text-align: justify;">
Gosto dessas coizinhas, mas não gosto, ah, isso não, dessas nossas conversas no almoço. Agora mezmo, falando, estou sopitando de vontade de lhe dar um tapa, por estar me escutando tão atentamente. Me lembra aquele trouxa do seu irmão, roubando o remédio da estante do seu pai. Não, não, meu bem, desculpe, desculpe Não mais falarei nele. É comigo mezma que tenho vontade de digladiar, eu, com essa voz de taquara rachada. Perdão.</div>
<div style="text-align: justify;">
Daqui pra frente, querido, prometo que tudo vai mudar. Os olhos meus hoje amanheceram tão brilhozos! Quando te contei, amor, dos olhares que testemunhei naquela praça, os sorrizos e gentilezas. As pessoas todas num ímpeto gloriozo de fazer o mundo um lugar melhor! Parecia que estava uma aura leve e perfumada ali. Os índios chegaram pra vender aquelas todas ervas que eu fui olhar depois. De lá, avistei pessoas reunidas em torno de alguma novidade, do outro lado da praça, quando fui ver eram homens pintados de prateado, trabalhando de estátuas vivas. Uma mãe deu uma moeda e um pequeno menino depositou com cuidado na caixinha prateada do homem prateado, vestido de cangaceiro. E ele fez uma festa quando a estátua fez seus movimentos esdrúxulos...! Foi bom de se ver.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não quero mais contar-te do meu dia. Eu já estou suficientemente cheia de mim mesma e da minha companhia. Me recordo do dia em que eu comprei um, e só um, giz de cera vermelho e dezenhei um retrato seu, rabiscadinho. Seu sorrizo naquele dia foi bonito de se guardar e olhando para o dezenho, lembro-me perfeitamente dele, ainda úmido. Se tu eras, aquele momento, homem, bicho, planta, ideia, acontecimento ou dezenho mesmo, só o tempo poderá dizer. Mas fico aqui, refazendo pensamentos densos que esquecerei daqui a alguns instantes e rememorando você.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
(...)</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-84123030908653463472015-07-25T09:41:00.001-03:002015-07-26T14:57:32.627-03:00Luana Afogada no Excesso de Objetivos Alheios<h4>
para Wanessa Cellys</h4>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHwJsTDj5nGdlM0kXUVegXZbg5wEISxskw9QcVCgRIAQS7P1IglFivLK_MEht2X66zbHAOgkAjJnfgpxnRkHI2jRM88eCCZbOprMxpUwLFRysQHK9_8K0hOjzQMKlEkRk2ZneaBFMOQ2o/s1600/aprisionada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHwJsTDj5nGdlM0kXUVegXZbg5wEISxskw9QcVCgRIAQS7P1IglFivLK_MEht2X66zbHAOgkAjJnfgpxnRkHI2jRM88eCCZbOprMxpUwLFRysQHK9_8K0hOjzQMKlEkRk2ZneaBFMOQ2o/s400/aprisionada.jpg" width="282" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><a href="https://www.facebook.com/wanessacelysilustracoes?fref=ts" target="_blank">Por Wanessa Cellys</a></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Houve Inquietude! Houve Tristeza! Houve Incerteza! Cheguei ao ponto de sentar-me à frente do computador pra decidir o que fazer. Tolice! Não poderia ser decidido ali. Uma vida toda não podia ser decidida num momento...! Poderia? Que tola, que tola, que tola sou eu.</div>
<div style="text-align: justify;">
Parece tudo meio fora de órbita na minha vida. Tudo meio bagunçado, meio sem sentido. No computador, frazes e mais frazes de motivação, sobre sonhos e metas, Sobre otimismo e relacionamentos azuis, que fazem minha vida perder um bocado do sentido que a levava para frente. E essas pessoas sorridentes... Minha cabeça é um poço de ideias e buscas diárias. Inconstância, por mais que os dizeres dezenhados (por mim) no meu quarto exijam o contrário. Inconstante sou, e isso dói. </div>
<div style="text-align: justify;">
Desço um pouco mais o feed. Uma página inicial repleta de novidades: ele se formou! Ela começou a namorar! Ela fez um prato saboroso e quis colocar na rede! Ela tem um gato fofo! E conquistas, e frases de determinação. E conquistas e conquistas e conquistas... alheias. Quanta felicidade! Que agonia de mim mesma!</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas paro para refletir. Sorrio ao concluir que todas aquelas pessoas são como eu. Que essas frazes que as vejo compartilhar são como a minha "constância" dezenhada por mim no meu quarto: não o que realmente são, mas o que almejam ser.</div>
<div style="text-align: justify;">
Guardo uma dúvida e uma relutância em fazer as coisas que não me era comum pouco tempo atrás. Sobre futuro. Sobre futuro. Sobre futuro. E os eus do passado, ali nas fotos, ali nas frases e nas ideias, não é muito diferente do eu de hoje. Não mudei, por mais que pareça ter mudado.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que viver pra chegar à meta? Qual é a minha meta? Não ter um sonho bem delineado faz de mim alguém sem sonhos ou alguém com sonhos infinitos? Se posso adequar-me às circunstâncias, isso não faz de mim alguém com mais possibilidades de ser feliz?</div>
<div style="text-align: justify;">
Ah, como admiro aqueles que se dizem certos de seus objetivos. Eu mesma não consigo enxergá-lo muito bem. Mas vou galgando aos poucos pequenas descobertas, sentindo forte os caminhos. Refletindo frente às encruzilhadas. E decidindo aos poucos, Fazendo da beleza da viagem o caminho, não o final. Uma batalha interior diária, que se estende numa batalha interior da vida toda. Isso é minha defesa; diminui as possibilidades de decepção. Ou as aumenta?</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: start;"> Houve Inquietude! Houve Tristeza! Houve Incerteza! Ouve: alguém que talvez concordou contigo está te dizendo algo e parece até que te admira por algo aí que você disse um tempo atrás, Luana...! Ouve!</span><br />
<span style="text-align: start;"><br /></span>
<span style="text-align: start;">(...)</span></div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-16323959636691839212015-06-30T03:46:00.000-03:002015-06-30T00:08:45.493-03:00Confissões à xícara espatifada<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://site.ucdb.br/public/liturgia-diaria/9756-os-cachorrinhos-debaixo-da-mesa-comem-as-migalhas-que-as-criancas-deixam-cair.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://site.ucdb.br/public/liturgia-diaria/9756-os-cachorrinhos-debaixo-da-mesa-comem-as-migalhas-que-as-criancas-deixam-cair.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Mas porque, diabos, o café esfria assim desse jeito? É essa xícara idiota. A gente põe o café fervendo e ela vai esfriando. O último gole vem gelado! Além dessa água que junta quando ponho algo frio. Nem eu, que sou gente, suo como essa estúpida. Xícara horrorosa, sem utilidade. Nem manter as coisas quentes consegue. Nem não suar consegue.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lanço-a longe. Ela se espatifa na parede, perto da janela. Podia ter atravessado a janela. E atingido alguma cabeça na rua. Uma cabeça de freira, que ia ficar com o véu todo molhado de café. Que graça!</div>
<div style="text-align: justify;">
"E, desde quando eu comecei a me importar com isso?" penso, consternada. Que me valha Nossa Senhora, mas uma xícara de café frio nunca me irritou tanto como hoje. Perdão por ter pensado mal à freira...! Ela não tem culpa, vive só ali, como um passarinho, orando e orando e pedindo a Deus a salvação dos pecados de toda a humanidade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda vem aquela megera da Vitória me dizer que estou meio gorda - mas meio gorda é ponto de vista, Vitória - não, não é, querida, existem estudos sobre isso. Índice de Massa Corporal, já ouviu falar? - não, nem quero, porque deveria? - só estou comentando - hum - na verdade, penso que uma dieta não faz mal a ninguém - Cale a boca, Vitória, estou bem com meu corpo - tudo bem, problema seu - meio gorda, meio magra, isso não me define - é, é, isso mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
As verdades não precisam ser jogadas na cara assim, Vitória, devem ser levemente depositadas num papel anônimo, sob a porta da gente. Daí a gente lê e não fica com raiva de ninguém, como estou de você agora.</div>
<div style="text-align: justify;">
Sabe, acho mesmo é que estou frustrada. Por que não tenho a coordenação motora que me exigem pra tocar o saxofone? Já é a quinta vez que sou advertida. E não sei se é incompetência minha ou crueldade do professor.</div>
<div style="text-align: justify;">
Foi o que escolhi pra vida. Tenho mesmo que continuar, me esforçar. Hoje já sou melhor que mês passado.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas isso não diminui minha frustração. Por que haveria de? Odeio escutar "todos passam por dificuldades". Isso não diminui nem engrandece a minha. Me equipara aos outros, e, assim, somos todos mesmo um bando de condenados, que passamos pela vida vencendo uma dificuldade só pra ter outra. Odeio ouvir "quando acabar, será mais forte". Podia ter como apertar um botão pra voltar, só pra não ter que passar por elas.</div>
<div style="text-align: justify;">
O café está escorrendo na parede branca. Se não limpar agora, vai ficar uma mancha horrível. Quem se importa? O apartamento é alugado mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
Pousa um pardal na janela. Odeio pardais. Tão comuns. Ele me olha com olhos sentimentais. Fome, há de ser. Pego as migalhas do meu prato e me aproximo da janela. O pardal voa, assustado. Mando-o se foder. Deixo as migalhas no parapeito e sento-me novamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
O café escorre. Se bem que... é onde vivo. Não quero uma mancha de café na parede da minha casa. E o pardal... era até bonitinho. Tinha um quê de unicidade. </div>
<div style="text-align: justify;">
Suspiro, me levanto e vou arrumar um jeito de limpar a bagunça.<br />
<br />
(...)</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-4811881831552419572015-06-12T12:46:00.001-03:002015-06-12T12:46:25.680-03:00Quando Desci pra Cá<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7QUrd0UbkozT4ax9FCa-NmpaGbhN5SvPkn65SNWYY17r1YihMrO3NRLw0AzF5Vv2taRfb4xs5q3_tIWjc_GU4Dd_RCAcMR7y3tQQ7hJVu8LX2TCBOiDM0xFBNSc1OfBTKcW421Cx4xRw/s1600/11289443_839969089416930_3331463528893729149_o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="178" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7QUrd0UbkozT4ax9FCa-NmpaGbhN5SvPkn65SNWYY17r1YihMrO3NRLw0AzF5Vv2taRfb4xs5q3_tIWjc_GU4Dd_RCAcMR7y3tQQ7hJVu8LX2TCBOiDM0xFBNSc1OfBTKcW421Cx4xRw/s320/11289443_839969089416930_3331463528893729149_o.jpg" width="320" /></a></div>
<div>
Quando desci pra cá,</div>
<div>
Vi uma fonte que bravejava som.</div>
<div>
Vi um horizonte multicor</div>
<div>
ah, que beleza, ah que beleza.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Quando desci pra cá não signifiquei muita coisa, mas.</div>
<div>
Tinha jogo de cintura pouco. Pra lidar com eles.</div>
<div>
Metas que não se bastavam. Ou se bastavam demais.</div>
<div>
E haveria de ter metas? Teria que?</div>
<div>
Estive confuso</div>
<div>
Quando desci pra cá.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Culpa de quem eu não decorar minhas palavras?</div>
<div>
Culpa de quem meu sangue corroer suas noções?</div>
<div>
- pois sangro palavras.</div>
<div>
Culpa de quem se eu surgi e incomodei?</div>
<div>
Culpa de quem eu ter de reformular as frases?</div>
<div>
- que esse mundo pede isso.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Quando desci pra cá, </div>
<div>
Mantive-me quieto,</div>
<div>
Falei às vezes, quando se dirigiram a mim.</div>
<div>
E mantive-me quieto. </div>
<div>
Pra não gastar o jogo de cintura, que não tenho muito.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
De resto, fico aqui, </div>
<div>
brincando de montar versos.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Só não me julgue sem sonhos.</div>
<div>
É que tenho muitos.</div>
<div>
Que eu suei cada dia, atrás deles.</div>
<div>
Quando desci pra cá.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
(reticências)</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-54614310198905613482015-05-14T10:59:00.001-03:002015-05-14T10:59:47.101-03:00Um carro e um avião<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8QgLSV9h0dIk9HxuPixd4yGeGo3LZk6UiK2ynaM9d2OGZQOzD4rn8xMQibjdpcOainnQ4xpJRoKFg73bA_SKzsy9NvUkeKACSE3GVWoUec_4qXO45JY_D4dgLYn6Srbde70LqGbRne1I/s1600/10004076_747317702051946_3909736049964853137_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8QgLSV9h0dIk9HxuPixd4yGeGo3LZk6UiK2ynaM9d2OGZQOzD4rn8xMQibjdpcOainnQ4xpJRoKFg73bA_SKzsy9NvUkeKACSE3GVWoUec_4qXO45JY_D4dgLYn6Srbde70LqGbRne1I/s320/10004076_747317702051946_3909736049964853137_n.jpg" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia: <a href="https://www.facebook.com/pages/Zek-Andrade-Fotografias/1519632471649297?fref=ts" target="_blank">Zek Andrade</a></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
O que mais marcou foi um instante. Ele estava parado, olhando um avião que vinha passando baixo. E um carro, que passou em sua frente. E o instante em que o avião e o carro ficaram um sobre o outro, simetricamente encaixados.</div>
<div style="text-align: justify;">
Que beleza! O carro, ser terrestre, o avião, ser aéreo. Distintos, mas ali conectados. Meios de transporte, cada um com sua capacidade, ambos seguindo, a velocidades diferentes. Mas ali...<br />
Um carro que continuaria seu caminho por terra, um avião que continuaria pelo ar. Pra onde iriam? Que diferença isso fazia? Se estivessem indo pro mesmo lugar, chegariam lá. Se não, estavam ali, conectados agora. Ali, tudo pareceu ter sentido. Toda a raiva e frustração do dia, da semana, do mês deixaram de existir. Por menos orgânicos que fossem, o carro e o avião se completavam ali, naquele instante. E se lembrou tanto da essência das coisas. De pássaros e flores, de ser o que se é. Um instante tão prosaico, mas tão poético.</div>
<div style="text-align: justify;">
O carro uma flor, o avião um beija-flor. E tão poético como é um desses beijos foi aquele instante. O beija-flor tem tanta magia, tanta beleza própria! E isso não tira de forma alguma a beleza da flor, exuberante. É um instante de troca, onde o beija-flor propõe espalhar o pólen a troco de um pouco de substância. O beija-flor se satisfaz, a flor se multiplica.<br />
Ele não sabia o que sentir, o que comentar. não havia nada para ser comentado. Um instante tão épico como aquele não era pra ser visto por todos. Ninguém que o compreenderia. Louco... o chamariam. Que o chamassem!<br />
Supitou no seu coração um fogo que não era usual. As decisões que há tanto tempo o incomodavam, percebeu que já as tinha tomado há muito, que o que o angustiava era a espera do momento certo para agir. Percebeu o quanto era imediatista ao esperar esse momento chegar. E que o Tempo não segue os padrões humanos, reserva um momentinho pra cada um.</div>
<div style="text-align: justify;">
Abrandaram-lhe os medos, as dúvidas, os pesos. E ele era passos de dança naquele momento, era liberdade. Era algo além de si. Um instante de contemplação que lhe tirou a tensão de um dia-a-dia um bocado sufocante. </div>
<div style="text-align: justify;">
Agora era ele mesmo. Livre de todos os preceitos, temores e moldes. Podia se estender a qualquer lado, de qualquer forma. Mas o que lhe tinha acontecido? Que estava tão cabisbaixo, encarando a vida com tanto medo? Os poréns eram dele, existiam independentemente do que acontecesse. Mas por que motivo isso lhe incomodara?<br />
O instante passou. Logo o alinhamento se desfez. O carro e o avião passaram a ser coisas distintas novamente. O beija-flor voou. E ele ficou ali, emudecido, tentando compreender o tamanho do acontecimento.<br />
<br />
(...)</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-40394761476526046252015-03-26T10:40:00.000-03:002015-03-26T11:00:50.414-03:00Incomunicação desabada<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbrFcjuNmlX76KcB9YVSDa048G-k65L9aFSMJE8RwrkF2bvUjaAGSjDzkgkWPX9gHxGndT_A-gSwuNvA_gPevqvET85Xqq8Km5uwOa4cNyPDsZm-79LsaunlfJ9c4pAM7sLE-5ctz9KXc/s1600/Showtime.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbrFcjuNmlX76KcB9YVSDa048G-k65L9aFSMJE8RwrkF2bvUjaAGSjDzkgkWPX9gHxGndT_A-gSwuNvA_gPevqvET85Xqq8Km5uwOa4cNyPDsZm-79LsaunlfJ9c4pAM7sLE-5ctz9KXc/s1600/Showtime.jpg" height="110" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fabiano Alvez em O Adorável Desastre</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: justify;">
Mas, diga-me.<br />
Quando foi que as coisas já feitas começaram a fazer tanto barulho<br />
que nem posso ouvir o que tenho a dizer?<br />
Quando foi que a saudade bateu forte a ponto de me desvanecer?<br />
Saudade de algo que nem tive...<br />
<br />
É porque as coisas vieram fáceis?<br />
Por eu não ter tido muito tempo de sonhar?<br />
Tive...<br />
<br />
Suprimo um choro, suspirando.<br />
O mundo de repente ficou tão embaçado.<br />
<br />
Estar aqui passa a não fazer sentido.<br />
Olhar além também não.<br />
O amor à vida me consome, ainda assim.<br />
<br />
Mas que vida eu amo? Nem acredito no que tenho a dizer...<br />
As coisas já feitas, pelos de antes<br />
barulharam tanto que me confundiram.<br />
O que tenho a dizer não chegou até mim.</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-72141989563665359432015-03-07T20:18:00.001-03:002015-03-07T20:18:04.585-03:00Gizá<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://blogs.odiario.com/cenafashion/wp-content/uploads/sites/69/2012/06/caleidoscopio1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://blogs.odiario.com/cenafashion/wp-content/uploads/sites/69/2012/06/caleidoscopio1.jpg" /></a></div>
A voz dela era sacudida.<br />
Era ambígua em sua mais notória repiquitude.<br />
E era demônio.<br />
Tencionava ir além da conta, e não voltar.<br />
Como um Gizá.<br />
<br />
E, demônio, era além.<br />
Era todos e todos éramos ela.<br />
Mais que isso, éramos todos diluídos<br />
Na mesma densa solução.<br />
<br />
Os tendões nossos se destinavam.<br />
Ao céu!<br />
E tensionavam.<br />
Ao chão!<br />
E eram VERGONHOSOS querida.<br />
E, balbuciados, os desejos nossos<br />
DECEPCIONAVAM<br />
<br />
E ela vinha.<br />
E sacudia o mundo com um universo colorido em caleidoscópio.<br />
Estado efêmero<br />
mudança rápida<br />
ela vinha<br />
vinha vinha vinha vinha<br />
e nos levava a ter certeza de que após a passagem dela tudo voltaria a ser,<br />
simplesmente<br />
como era antes.<br />
<br />
(...)Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-27958283312952528832015-02-25T11:46:00.001-03:002015-02-25T11:46:29.929-03:00Quando fomos, já nem sabíamos quem éramos<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5nxo584RLxhFa9yfxb2C1g_uBqRjyuTwmzKeaCUOBBvtrq6E_gGStzHKY8pGCL9k4nCfj9zheDBJE0lJMWwOmGHur3Ie84W2iigRtSF4nVz5qoyhx4PY7_DJWuTI900hWx1kIk2A-NzCv/s1600/drag%C3%A3o+2013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5nxo584RLxhFa9yfxb2C1g_uBqRjyuTwmzKeaCUOBBvtrq6E_gGStzHKY8pGCL9k4nCfj9zheDBJE0lJMWwOmGHur3Ie84W2iigRtSF4nVz5qoyhx4PY7_DJWuTI900hWx1kIk2A-NzCv/s1600/drag%C3%A3o+2013.jpg" height="276" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Claude Monet</td></tr>
</tbody></table>
Aparentasse ou não, sentia-se consumido de estranha indignação.<br />
<div>
Quando pôs-se a olhar, todo o fato lhe doeu.</div>
<div>
E se consumiu de merecida indignação.</div>
<div>
Que lhe bastasse o sorriso nos lábios de uma criança!</div>
<div>
Mas não: ousava surgir num novo âmbito da descoberta pessoal.</div>
<div>
Que, quando quis se difratar em vários, sendo ainda o mesmo,</div>
<div>
foi avisado do perigo de ser tudo o que quisesse ser.</div>
<div>
Aí se consumiu de estridente indignação.</div>
<div>
E suas palavras se fundiram em outras tantas...!</div>
<div>
Que quando se difratou, ele não pensou.</div>
<div>
Mas, no sim ou no não, seria vários.</div>
<div>
e não sabia do perigo de não voltar a ser quem era antes.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Aparentasse ou não, ele lutava com e contra indignação.</div>
<div>
Subindo mais e mais níveis.</div>
<div>
Que, na verdade, nem mesmo importava se</div>
<div>
aparentasse ou não.</div>
<div>
E subindo, foi pensando.</div>
<div>
E, no topo, nada mais havia a desconstruir.</div>
<div>
E era só horizonte à sua frente.</div>
<div>
E na subida, se cansou. Suou. </div>
<div>
E suas lágrimas rolaram desalmadas.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Aparentasse ou não, agora era pó.</div>
<div>
Já consumido de obsoleta indignação.</div>
<div>
E quando revirava e revirava na leve cama do ar, </div>
<div>
viu que sua intenção nunca fora muito metódica.</div>
<div>
E que sua vida tinha ficado no meio de tudo, </div>
<div>
difratada como luz.</div>
<div>
E se consumiu.</div>
<div>
Da mais sublime indignação.</div>
<div>
<br /></div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-20612338823078505322015-02-08T21:48:00.000-03:002016-04-09T14:37:31.335-03:00Cena de Paz<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://c2.staticflickr.com/6/5468/8966689810_43918bba5a_z.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="212" src="https://c2.staticflickr.com/6/5468/8966689810_43918bba5a_z.jpg" width="320" /></a></div>
Ar. Puro. Vento fresco. Os únicos sons audíveis eram o crepitar do fogo e o rumorejar da água. E sons noturnos que silenciavam as palavras. A montanha fazendo uma exuberante margem no horizonte. Por cima de tudo a gloriosa lua.<br />
A postura dele não era de quem estava rancoroso, apesar da recente briga. Não era de êxtase, apesar da recente reconciliação. Como haveria de ser? Naquele lugar, não havia como sentir nada por muito tempo a não ser amor. Amor pelo mundo. Pelo céu. Pela lua. Pela terra, pelo mato. E um pelo outro também, claro. Contemplação. Ali, naquela lagoa, o ambiente era, pura e simplesmente, propício para amar. O amor plácido e calmo de quando tudo flui de verdade. E o contemplei. Parado, contemplando a imensidão à sua frente. O vento lambia-lhe suavemente os cabelos e a bermuda. Suas mãos paradas junto ao corpo não demonstravam a habitual ansiedade.</div>
<div style="text-align: justify;">
Conexão, essa seria a palavra. Conexão com o mundo, com algo mais antigo e maior que nós, humanos. Conexão com tudo o que era óbvio e, ao mesmo tempo misterioso. Há quanto tempo não sentia isso? No trânsito caótico, na lida repetitiva, no cinza da minha cidade não havia a menor possibilidade de qualquer pausa. Era cama, despertador, escova de dentes, carro, rádio, semáforo, semáforo, semáforo, garagem, escrivaninha, papéis, papéis, papéis, carro, semáforo, chuveiro, cama e tudo novamente. Aqui não. Tudo o que eu sentia era paz. E o convidei a sentir comigo.<br />
A cumplicidade que tínhamos não era apenas um com o outro. Era com tudo ao nosso redor. Lembrei-me da pedra, uma que havia achado há trinta metros do nosso acampamento. Ela se inclinava até a água e submergia levemente. Um lugar especialíssimo<br />
Então a maravilhosa ideia me ocorreu. Caminhei até ele e toquei em seu ombro fiz um gesto convidativo com a cabeça. Ele assentiu e sorriu. Naquele momento, não era preciso palavras para nos comunicar. Comecei a andar em direção à água e ele me seguiu. No caminho parei. Peguei uma grande folha redonda de um arbusto. Ele me olhou interrogativamente. Eu paguei sua mão e nos abaixei até o chão.<br />
-Olhe e veja alguma pedrinha, ou pequeno galho que goste. - disse eu.<br />
Para exemplificar, eu mesmo o fiz. Peguei uma pedrinha redonda. Ele sorriu e fez o mesmo. Um pedaço de galho.<br />
Chegando à tal pedra, eu dobrei a folha e coloquei sobre ela os objetos. Ele entendeu a ideia e me sorriu o mais belo sorriso do mundo. Juntos, nos abaixamos e pousamos delicadamente o barco improvisado na água.<br />
O vento encrespava a superfície da água e esta refletia euforicamente a luz do luar.<br />
E era aconchegante.<br />
A lua nos observava, ali abraçados, e senti que ela nos acolheu e nos convidou a fazer parte daquilo tudo. Nos convidou a sentir e ser com ela.<br />
E aceitamos.<br />
(...)</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-35040927633842809522015-01-09T15:43:00.003-03:002015-01-09T15:43:43.665-03:00COMPLITUDE<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUOD9h4k4KnxC_fnQP3KyVgWIk499K15hwI4orXfKWRcfGkI1AQ0Gi3PEHqmdi0AphvgRgnihggZeaC8_NaIml0IfrrfURVCoxl10GKBeOfpbVg0F8hVhNOJg5jqHS16wwaoHdXxAuLb4/s1600/CAM01195%5B1%5D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUOD9h4k4KnxC_fnQP3KyVgWIk499K15hwI4orXfKWRcfGkI1AQ0Gi3PEHqmdi0AphvgRgnihggZeaC8_NaIml0IfrrfURVCoxl10GKBeOfpbVg0F8hVhNOJg5jqHS16wwaoHdXxAuLb4/s1600/CAM01195%5B1%5D.jpg" height="102" width="400" /></a></div>
Espuma de nuvem.<br />
Canto de corredeira.<br />
Borboleta no vento.<br />
<br />
É a satisfação do desafio cumprido.<br />
E a conexão com o início de tudo.<br />
A imensidão projetada há milhões de anos.<br />
A vida que se renova!<br />
<br />
Nada como sentir-se pequeno<br />
por ser parte tão ínfima<br />
e imenso<br />
por apenas ser parte desse todo.<br />
<br />
É a face feminina de Deus.<br />
Estar aqui.<br />
Homem e homem.<br />
Ser e ser.<br />
Espinho e areia.<br />
<br />
Senta e sinta!<br />
O sol que te vive!<br />
A lua que te beija!<br />
A estrela que te infinita!<br />
A montanha que te agiganta!<br />
<br />
Ser uma alma que se permite absorver<br />
tudo de bom que flui.<br />
E que, rastejando como um bebê,<br />
começa a ver a conexão das coisas.<br />
Agora, o tempo dilui o som do rio.<br />
<br />
(...)Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-77138862297606974472014-12-27T16:24:00.000-03:002014-12-27T16:24:09.859-03:00Vívido <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://img.elo7.com.br/product/original/A257D7/gorro-natalino-croche.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://img.elo7.com.br/product/original/A257D7/gorro-natalino-croche.jpg" height="181" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Cara Tilde,</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
Francamente. O
que aconteceu com esses azuis nesse Natal? Essas luzes tão fortes e tão azuis
até me atrapalharam de sentir o clima natalino esse ano. Quem foi que disse que
cor de Natal é azul? O Natal é vermelho! Aconchegante, quente. Ou dourado,
glamoroso, rico, brilhante. Até pra gente que é pobre, faz a gente se sentir
rico. Quem sabe a gente abra uma exceção pras luzes multicor, que são, a seu
modo, charmosinhas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
Mas
azul-boate? De forma alguma, nunca foi. E essa droga de cidade está toda
decorada com essas luzes escrotas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
Essas ruas
confusas... Muita idênticas! Muita casa igual! Será que se esqueceram de tentar
personalizar as coisas? Acho que ninguém tem tempo pra isso nesses dias. Essas
luzes desnecessárias. Esse verão quente... Essa obsolescência programada que
mata qualquer coitado que queira se manter atualizado. A coitada da Cotinha, da
loja, vive juntando dinheiro pra comprar esses celulares novos. Bobagem dela,
tem mais coisa na vida. Crueldade usarem o nascimento de Jesus pra aumentarem
as vendas. Se bem que tem o décimo terceiro, se não aumentassem as vendas, não
iam conseguir pagar a gente. De onde vem todo esse dinheiro que esse povo
arruma no fim do ano? Viagem, Natal, virada de ano, salário, imposto. Eu que
não sei, não tenho isso. Devo o salário do mês que vem...! Olha, sinceramente,
estou mesmo é cansada. Com tanta coisa pra fazer nem vi o fim de ano chegando,
logo eu, que sempre fui inteiramente clima natalino, a vida toda. O que me pesa
nem é isso, é a frustração, sabe. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
Digo, o que
fiz nesse ano? Passou e nem sequer percebi! Mudei quem sou? Não. Comecei alguma
faculdade, como disse que começaria? Também não. Nem estudar pra concurso não
estudei. Fiz o meu Ensino Médio muito bem, numa escola boa. Saí pra casar e
quebrei a cara. O que me salva é a leitura. Estou é até hoje presa naquela porcaria
de loja, empregada escrava de ricaços que nem sabem que eu existo. Eles sim!
Eles que devem ter um Natal magnífico, com direito a perus assados e aquelas
frutas charmosas do oriente... Macadâmias, uvas passas, sei-lá-zinhas. É isso
mesmo, não é?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
Ainda tive,
nesse fim de ano, a tal Complicação. Os dias que passei internada foram
desgastantes e horríveis...! </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
Você se lembra
do Natal que a gente distribuiu sopa para os moradores de rua? Aposto que esses
ricaços não sabem o que é isso. Foi bom. Parece que, quanto mais simples, mais
verdadeiro.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
O que
aconteceu, hein? Bom, sei que, nesse momento, acabando de escrever esse email
pra você, eu vou me arrumar e arrumar Toninho e sair pra passar Natal com
Gustavo e seus parentes. Ao menos tem Gustavo na minha vida. É um bom
companheiro. Faz tudo pra agradar a gente e eu também faço pra agradar ele. E é
até bonito, acho que demais pra mim. Mas deu na telha dele noivar com uma
mulher como eu, só resta aceitar. Só vou ficar esperta, pois não sofro mais
como sofri com Wanderlei. Dona Vitória, mãe dele, se tornou também a minha mãe
e é muito boa pra mim.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
Bruna, da
loja, diz que eu sou recatada demais, fria demais, que minha boceta deve ser
congelada. Disse que eu me tratasse, cuidasse do cabelo, tirasse essas saias
jeans horríveis, que nem sou religiosa e coisa e tal. Que eu devo até ficar
bonita se me arrumar. Disse que eu devo ter feito macumba ou passado café na
calcinha pra amarrar Gustavo. E que desse graças a Deus por ter segurado ele “até
agora”<i>. </i>“Até agora”! que ordinária.
Fica é com inveja. E não tiro a saia jeans, eu gosto!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
Toninho se
curou da caxumba. Está um menino forte e esperto. Fez sete anos. Graças a Deus,
ele entende a dificuldade da mãe e não dá muito trabalho. Se dá super bem com
Gustavo e é a única pessoa que ainda me faz sentir o clima natalino. Acho que
ele vai amar o tratorzinho que comprei pra ele. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
Sinto sua
falta. Tenho certeza que por aí está tudo bem. Conforta-me saber que, assim que
eu clicar Enviar, esse email vai chegar a sua caixa de entrada. Inquieta-me
saber, que você nunca vai ler. Já se foram dois anos, querida Tilde, e eu ainda
não me acostumei com a ideia de que você acabou debaixo de um ônibus... Nunca
vou me acostumar. Não devia ter ido tão cedo...!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
Mas a vida
segue. Um dia melhora, se não piorar.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 21.3pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Atenciosamente, C. L.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
(...)</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-33573437063006007502014-11-28T09:32:00.002-03:002014-11-28T09:32:41.615-03:00O Assobiador<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwXz66rBcctEYuZxHAwtodl-xn7mV1I7DmV0NYwjv-SwNnmnuO5Tb0gfYsED3tr7g_d71wYMknNj6DsM5nerMTHY8R1-cCyJpOJqyQ6H1NQOmueeobKpPXdSpYupc0oE_DxOq4368POcU/s1600/DSCF6225+-+C%C3%B3pia.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwXz66rBcctEYuZxHAwtodl-xn7mV1I7DmV0NYwjv-SwNnmnuO5Tb0gfYsED3tr7g_d71wYMknNj6DsM5nerMTHY8R1-cCyJpOJqyQ6H1NQOmueeobKpPXdSpYupc0oE_DxOq4368POcU/s1600/DSCF6225+-+C%C3%B3pia.JPG" height="216" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Chamava-se João. João alguma-coisa, não lembro bem o que. Não importa também.</div>
<div style="text-align: justify;">
Desde os 6 anos, que foi quando João aprendeu a assobiar, ele assobiava o tempo todo. Era a coisa que João mais gostava de fazer no mundo. Assobiava, quando criança, brincando com seus carrinhos e com seus inventos, sempre derivados do que seria descartado na cozinha. Até brincando de esconde-esconde ele assobiava e isso fazia sempre com que ele fosse encontrado. Ele não se importava, era algo que não podia<br />
evitar. Era só ficar um tempinho parado em silêncio que vinha a vontade irresistível de fazer um som. Assobiava, na adolescência, no caminho de ida e volta da escola, no cinema, daquela primeira vez que beijou, na hora das provas, o que sempre causava qualquer problema.<br />
Depois de um tempo, ao perceber que em alguns momentos, assobiar lhe causava problemas, João foi inventando outros tipos de assobio. Havia o assobio grave, o assobio de chamar alguém, o assobio agudíssimo, o assobio despistado, que ele não precisava fazer o movimento de boca convencional, e até mesmo o assobio silencioso, no qual ele imaginava-se assobiando sem assobiar de fato, que era em momentos de prova, em que não poderia haver barulho. João inventou até um jeito de falar assobiando ao mesmo tempo, e fazia verdadeiros concertos pra si mesmo. Esses ele não tinha coragem de mostrar a ninguém.</div>
<div style="text-align: justify;">
João assobiou tanto que, com o passar dos anos, o assobio foi ganhando um verdadeiro significado na sua vida. Era uma parte dele. Um pedaço que seria impossível retirar sem dor. Por isso os vários tipos de assobios, pra se adequar às várias situações. Havia também, por trás deles, toda uma filosofia. Era o que ele fazia para ajudar a melhorar o mundo. Se ele assobiava trazia música para as pessoas ao redor, tornava o dia das pessoas mais colorido e mais claro. Assobio lhe lembrava liberdade, alegria, leveza e graça. Era sua poesia sem palavras. Era o que lhe fazia feliz, mesmo quando a melodia era triste.</div>
<div style="text-align: justify;">
Durante toda a sua vida, João assobiou por todo o lugar que passava. Se não se lembrava de alguma música, inventava. Assobiava músicas tristes e músicas felizes, dependia do seu humor. Era fato que nunca parava de assobiar.<br />
Um dia, estava João feliz voltando para casa, assobiando uma canção de violino que ouvira ontem. O dia estava claro! Cláudia, a vizinha, sorriu para ele: "Continue sempre a assobiar, canarinho." Seu Jove, da sanfona o convidou para um pequeno dueto sanfona-assobio. As pessoas pararam para ver. Casais se abraçavam, olhos de criança brilhavam. Quando acabou de assobia, João continuou o caminho. Dona Gantina, na praça com seus pombos, cumprimentou-o de longe, satisfeita por ouvir mais uma vez aquelas notas que saíam da "boca abençoada", como ela chamava.<br />
Mais à frente havia um inesperado objeto na calçada. Um boneco, o mesmo que ele tivera na infância, o que era a sua primeira lembrança. Ele se abaixou pra pegar e algo escuro o envolveu.<br />
A partir desse dia, João passou todos os outros numa grande e pouco confortável gaiola, assobiando cada dia menos melodias alegres, depois nem mesmo as tristes, até parar de vez de assobiar.<br />
<br />
(...)</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-52302807755878534472014-10-24T10:15:00.000-03:002014-10-24T10:36:49.214-03:00Na Feira<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiggUQ8cDmHt2WEmdPe6SOddZ9JOoa6NQ0idASMDl1lTFL6ipzfc0Sudv-ow1OV3BHHeXdVnwN1jgTjFYaicFvovJCVlJ00NmdtwFA0ia2I2WkrQZq6_gZzA26sEFEiMVrepmATrP-gQc8/s1600/Colori.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiggUQ8cDmHt2WEmdPe6SOddZ9JOoa6NQ0idASMDl1lTFL6ipzfc0Sudv-ow1OV3BHHeXdVnwN1jgTjFYaicFvovJCVlJ00NmdtwFA0ia2I2WkrQZq6_gZzA26sEFEiMVrepmATrP-gQc8/s1600/Colori.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Molar queria muito, muito, muito viajar nas costas de uma borboleta.</div>
<div style="text-align: justify;">
As criaturas rondavam a campina. E a música animada produzida pelas Pedras se infiltrava em cada ser.</div>
<div style="text-align: justify;">
Cada uma era mais bonita que a outra e cada uma era bonita à sua forma. Mesmo os cascudos sirilões ou os craquelados peixes-fora-d'água com seus aquários na cabeça eram bonitos. E rodavam ao redor deles borboletas de todas as cores e tamanhos que poderiam existir. Inclusive, a Borboleta Mãe, que sobrevoava tudo aquilo com sua envergadura de três metros e com as asas mais detalhadas que qualquer outro ser. Os seres humanos se dividiam entre adeptos da magia e leigos, que tinham ido até lá apenas pra checar os produtos que existiam. Pequenos preás com suas roupinhas de algodão verde e rosa, de modelo rebuscado, cheias de dobras e redobras corriam sob os pés de todos, apressados em resolver suas questões. De uma carruagem amarelo canário desceu a tão temida máfia dos pinguins, sérios, altivos e engravatados. Os simpáticos bus, cuja estrutura física não passava de bolas flutuantes de pelo multicor, esvoaçavam por todo o canto e um deles até entrou na garganta do mais idoso dos sacis, que engasgou e morreu, virando pó levíssimo e vermelho, que demorou dois dias pra se dispersar. E, no meio de tudo aquilo, a pequena Molar, segurando na mão sua boneca de trapo com os olhos de botões desiguais. </div>
<div style="text-align: justify;">
Ela subiu numa árvore e começou a observar as atividades. A Dama de Sete Metros se agachava nesse exato momento. Pegou uma grande rede de caçar borboletas e começou a rir e correr, querendo pegar na rede a Borboleta Mãe, fazendo o chão tremer e a barraca de uma tamanduá cair. Cinquenta crianças de todos os tipos se encontravam sentadas, escutando as histórias contadas pelo Professor Tatu, o ser mais falante da feira.</div>
<div style="text-align: justify;">
Molar sorriu e teve certeza que ali era seu lugar. Desde que seguira o bu aparecera para ela, brilhando e dançando no seu quarto abafado do orfanato, pela abissal floresta de grama, ela descobrira o mundo e escalara até a cabeça de um gigante. E A Dama estava quase pegando a gigante borboleta.</div>
<div style="text-align: justify;">
Estava feliz. E nada ia tirar isso dela. </div>
<div style="text-align: justify;">
A Dama de Sete Metros finalmente consegui pegar a Borboleta Mãe, que se transformou em mil borboletas coloridas que vieram levantar Molar da árvore levá-la para mais um passeio maravilhoso, nas costas de mil borboletas, ao invés de uma só.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://otatufalante.blogspot.com.br/2014/01/sem-questionamentos.html" target="_blank">Outro de Molar</a></div>
<div style="text-align: center;">
(...)</div>
</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-75215155766751151522014-10-12T21:57:00.000-03:002014-10-12T21:57:33.987-03:00Negações<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJCHnY_XD2xXe1EtK64aF9OIKNEpePqCIUTdBoet1lHIaNq9B6CdkJj5kN6AykCyU_NG-q7QRizgWhA8yrkIJDPkuDdZDZU2GyiiW417oLghQMVFBNbZqEwnzebYM4mIPB4prJdEgvUWA/s1600/DSCF6110.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJCHnY_XD2xXe1EtK64aF9OIKNEpePqCIUTdBoet1lHIaNq9B6CdkJj5kN6AykCyU_NG-q7QRizgWhA8yrkIJDPkuDdZDZU2GyiiW417oLghQMVFBNbZqEwnzebYM4mIPB4prJdEgvUWA/s1600/DSCF6110.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Grude. Um grude denso. Puxento, melado, esquálido, nojento, enfim. Era tudo o que eu via à minha frente. E ao redor de mim. E dentro de mim. De repente eu me tornei aquilo. Nojo de mim.<br />
E agora não havia um movimento que eu fizesse que não deixasse gotículas por toda a área, sujando ainda mais aquele ambiente hostil. Depois de um tempo, percebi que estava respirando a mim mesmo. Não aconselho ninguém a respirar a si mesmo. No mínimo, dói.<br />
Fui andando. Deixei pegadas meladas por todo o lugar, que ia só diminuindo. Num acesso de plena frustração e falta de orgulho, chorei. Chorei grude. E tive nojo do meu choro. E o mundo também. E as pessoas me olharam admiradas com a capacidade que tive de me deturpar.<br />
Segui. Mas segui mal, meu olho embaçado. E chorava grude a todo momento.<br />
<br />
(...)Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-91708211789573519632014-09-26T16:26:00.000-03:002014-09-26T16:46:49.085-03:00Sol no rosto<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdId3tz2fB_RSGQqmQRRnIxeBmlOA8h4nhAytxTvbvpJdraMDS2urTXmW9KxFChUNyEu8AGzm5RpR1cohTfaN7MvF_Wo6OSMROuzvrNuALcXz7i8x5eyQV3j8Q8A7ljiaxjNYLTswYA74/s1600/DSCF4868.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdId3tz2fB_RSGQqmQRRnIxeBmlOA8h4nhAytxTvbvpJdraMDS2urTXmW9KxFChUNyEu8AGzm5RpR1cohTfaN7MvF_Wo6OSMROuzvrNuALcXz7i8x5eyQV3j8Q8A7ljiaxjNYLTswYA74/s1600/DSCF4868.JPG" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Primavera chegou com chuva e promessa de futuro bom,<br />
mas logo foice e mal dela se lembra o sertão.<br />
Uns amores solúveis nasceram ao misturar na água.<br />
mas logo morreram, de efervescentes que são.<br />
<br />
Os bem-te-vis daqui cresceram, reparou?<br />
Devem estar bebendo água de fonte mutante.<br />
Eu, não, fiquei foi mais magro.<br />
Foi depois de tanto tentar entender a vida.<br />
<br />
Um cuidado especial pras moças congeladas<br />
que não vivem mais, por medo do amanhã.<br />
Congelado também minha coragem.<br />
Mas faz calor, logo vai derreter.<br />
<br />
Só sei que estou feliz. Por demais.<br />
A primavera não mostra os dentes.<br />
É que nós todos amamos amar.<br />
E eu é que não faço mais promessa de chuva.<br />
Tá bom de tomar um pouco da água dos bem-te-vis.<br />
<br />
(...)Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-42878911888242431912014-09-04T17:43:00.002-03:002014-09-04T17:43:34.728-03:00Retrato de uma tarde não planejada<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSZebAS4CVGgN6V1rd3703lElUyUN936jQLoXE65MPylyjeicZZ8eI9UvjGOAESgcqNcw9jMW0SXx3hK63Hc38RWxWoc2pwWe8d-c89ZT9yXAbk5Mj3CXjaLkHArio0DH1t3qcKeBSbS0/s1600/DSCF5805.JPG" height="240" width="320" /></div>
O vento veio forte hoje.<br />
Mentindo chuva.<br />
Lambeu a água, a folha, meu cabelo,<br />
o desenho, a alma, o céu inteiro.<br />
Há doçura em estar só.<br />
Sabiá cantou, pica-pau bicou.<br />
E até as fadas vieram brincar.<br />
<br />
É júbilo no meio da seca.<br />
Feito só de esperanças,<br />
nuvens ao longe, galhos fracos<br />
e da risada das crianças.<br />
<br />
(...)Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-25896800165663004162014-08-28T02:58:00.000-03:002014-08-29T00:22:41.368-03:00Madrugada Saudosista<div style="text-align: justify;">
Aviso: Paciência na leitura, eu tinha muito a escrever.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRmL7M51FjgOxxjfK7k7eB1lIL9bukxPjjPMNFHDkYXJ_u7goTWEXFg7-NYyXvQ-SqFQI1WyKokocFV7skAT4CQ-7ZbUSMKwGjWjx4Taijmkhyphenhyphenpy89hKXZzGxlzhpZoqwRvrQbgEmqxbU/s1600/Saudosismo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRmL7M51FjgOxxjfK7k7eB1lIL9bukxPjjPMNFHDkYXJ_u7goTWEXFg7-NYyXvQ-SqFQI1WyKokocFV7skAT4CQ-7ZbUSMKwGjWjx4Taijmkhyphenhyphenpy89hKXZzGxlzhpZoqwRvrQbgEmqxbU/s1600/Saudosismo.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<br />
Sempre há o que ser escrito sobre saudade.<br />
<div style="text-align: justify;">
Há um tempo uma leitora me perguntou o porquê de eu não escrever muitos textos nos quais eu, Gabriel G. Filpi, me demonstrasse como um ser humano normal, com meus problemas e defeitos, com meus sonhos e qualidades. Minha escrita, minha cara, respondi, não é bem assim. Não gosto de me expor muito, de me colocar em linhas numa nuvem virtual onde todos possam ler. Prefiro expor meus pensamentos, sonhos, defeitos e problemas na minha poesia, na minha ficção, que é grande, minúscula, rebuscada, simplista ou elaborada dependendo unicamente de minha disposição na hora da escrita. Coisa de criação mesmo. Prefiro deixar reticências para que quem leia possa deduzir ou imaginar ou completar de sua forma, pintar com suas próprias cores, como uma gravura num livro infantil que cada um colore do jeito que bem entender. Talvez por isso alguns me elogiem muito, por eu, como escritor, não impor exatamente minhas ideias e sempre deixar espaços pra interpretação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mas, ao revirar uns papéis velhos aqui em casa, só por questão de reorganização, decidi abrir alguns cadernos antigos, pra completar a completa inquietação que eu sentia durante todas essas semanas. E foi uma emoção interessantíssima a cada página que eu virava. Submergi de tal forma no passado que não vi as horas se destilarem na minha frente. A saudade foi tanta...! Me pus a pensar tanta coisa...! </div>
<div style="text-align: justify;">
De início, vi a prepotência de um rapaz de 18 anos que se vê como muito experiente, como muito mutável. Vi que minha essência sempre esteve aqui e que no fundo, não mudou muito não. Prepotência de gente jovem. Acho que é assim mesmo. Quantas pessoas escreveram (em acrósticos tortos, rimas pobrezinhas, rápidas e apressadas e pequenos textos escritos em letra grande para preencher logo o espaço pedido por aquele insistente garoto, em caneta Bic ou canetinha colorida ou lápis de escrever), no caderninho de mensagens que fiz ao pensar que ia mudar de escola, em 2009 - veja bem, não tanto tempo assim - sobre um menino "maluco", ou "confidente" ou "amigo"? É assim que sou hoje, é assim que sempre fui. Essa essência da gente é inata. </div>
<div style="text-align: justify;">
Depois, parei pra pensar e vi que realmente <i>sou</i> ser único e experiente - em alguns aspectos meus - e mutável. Todos somos assim. Eu, particularmente, sou, mais do que tudo, mutável. Prefiro deixar alguns aspectos de mim pros de estimo, mas isso é visível aos de convivência. É bom mudar. É bom viver intensamente. Dolorido, mas libertador e inspirador. (por "intensamente" não quero dizer <strike>necessariamente</strike> drogar-se, alcoolizar-se. Quero dizer apenas <i>viver</i> intensamente. Fazer das alegrias grandes alegrias, das dores grandes dores. Tem mais cor, mais magia. Sem contar que somos seres em constante construção e desconstrução, é necessária essa mudança, essa aquiescência quando, numa discussão lhe faltam argumentos, de ver que o outro pode estar certo e reorganizar seus conceitos. Deixe a Cyrus ser a ela de hoje, a de ontem foi ontem.</div>
<div style="text-align: justify;">
Houveram também, no caderninho, várias promessas e desejos de eternidade da amizade e do sentimento. A considerar que parte daquelas pessoas eu nem sequer <i>vi</i> no outro ano e boa parte eu nem sequer <i>fui </i>próximo em época alguma, a gente pensa na efemeridade e na marcação de cada momento. Ali, elas realmente desejavam que fosse eterno. E, se pensar bem, quando dizemos qualquer um "para sempre", não estamos nos referindo precisamente à pessoa, mas ao sentimento e à construção (ou desconstrução) que ela nos proporcionou. Isso pode sim ser eterno, ainda que você não se recorde todos os dias dessas pessoas. É triste pensar que, se já sinto saudade de tempos passados, no futuro terei muito mais tempos passados pra sentir saudade. Mas vá lá, é assim mesmo. Digo isso sempre: as redes sociais e a internet geram a falsa sensação de que você vai continuar próximo de todos os seus amigos atuais durante o resto da vida, mas nunca é assim. Agora que já temos uns bons 10 anos atividade virtual acessível a todos no Brasil, podemos muito bem perceber isso. E não adianta tentar mudar! A beleza da vida está aí também.</div>
<div style="text-align: justify;">
O que proponho a quem me lê apenas uma coisa, depois desse desabafo que com certeza é porque li excessivamente Rubem Alves e Lorena Ely; um dia, quando a disposição bater - eu sei o quanto é raro hoje em dia - e o sol estiver brilhando ou a noite estiver indo longe... revire suas gavetas! Pare um pouquinho no meio dessa vida que exige rapidez a todo momento, até pra rolar pra baixo as páginas - inclusive, se me leu até aqui, obrigado e, por favor, comente comigo a respeito - e ache suas relíquias de vida... sempre há um papelzinho que a gente guarda e se esquece que vai te trazer uma dose de passado que desce queimando a garganta, mas que dá uma sensação tão boa, um saudosismo tão gostoso. Mas cuidado... brincar com passado é perigoso: pegue uma corda, amarre uma ponta na cintura e a outra nas coisas boas do seu presente, que é pra não se afogar.<br />
<div style="text-align: start;">
Sempre há o que ser escrito sobre saudade.<br />
<br />
(...)</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-12766983737686926762014-08-22T01:17:00.000-03:002014-08-22T01:18:49.153-03:00Cor<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWDYu2yVCI3_EQGONeDt9b4vQwO-0zMdRDp5hbcWAGpYDfNGV-6EN58KP-slYfGSM9B2-fJVc0LD8ZbU1liSRO9hKG8c8B9vJqQTGAjWymen3Y4ChLHiljNgFNZj4IA9L7CT7UX8avYX8/s1600/Catop%C3%AA+Di++Sanches.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWDYu2yVCI3_EQGONeDt9b4vQwO-0zMdRDp5hbcWAGpYDfNGV-6EN58KP-slYfGSM9B2-fJVc0LD8ZbU1liSRO9hKG8c8B9vJqQTGAjWymen3Y4ChLHiljNgFNZj4IA9L7CT7UX8avYX8/s1600/Catop%C3%AA+Di++Sanches.jpg" height="259" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fotografia por <a href="https://www.facebook.com/diego.sanches.9803/media_set?set=a.283162731877379.1073741902.100005509627371&type=1" target="_blank">Diego Sanches</a></td></tr>
</tbody></table>
A dança deixa fitas<br />
<div>
que duram quatro estações</div>
<div>
e o menino descobre nelas</div>
<div>
leveza e cor.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
E dançando-as no ar,</div>
<div>
impelido do sentir onipresente,<br />
tem vislumbre de possibilidade<br />
de sorrir seu riso.<br />
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
E dançando-as no ar,</div>
</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
como vento de Agosto,</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
observa e espera,</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
sorri e irradia.</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
<br /></div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
E é calor e esperança</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
assim que se verbaliza</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
no quente sol matinal</div>
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
agraciado pelo batuque.</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-145228585897690183.post-67949538675791273852014-08-04T16:25:00.001-03:002014-08-07T14:37:34.225-03:00Querida<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div style="text-align: center;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiH-9sW580zzY-uupKS4dEhQJ4ZJ8BCirt5tLxaAr0c8gIRYEQOQ8ovvPnn-KocgOVBKT7DVI_4VMoRUEB5XN6vQ3bYY1ERJOgDvh3g0CxYXZrBH2sOSevSq3eIBwdb2bWtNE0Utv45Y4/s1600/10550844_733836633347902_2116652758798088227_n+-+C%C3%B3pia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiH-9sW580zzY-uupKS4dEhQJ4ZJ8BCirt5tLxaAr0c8gIRYEQOQ8ovvPnn-KocgOVBKT7DVI_4VMoRUEB5XN6vQ3bYY1ERJOgDvh3g0CxYXZrBH2sOSevSq3eIBwdb2bWtNE0Utv45Y4/s1600/10550844_733836633347902_2116652758798088227_n+-+C%C3%B3pia.jpg" height="294" width="320" /></a></div>
Ouça ao ler: <a href="https://www.youtube.com/watch?v=flXHK9a85KE" style="text-align: justify;" target="_blank">Standing in the way of the light</a></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sabe, amor, aquela nossa almofada? A que o cachorro rasgou. Ela está no lixo. Mas aquele momento nosso, aquela luz que pareceu aparecer enquanto nos beijávamos, logo depois que compramos a almofada, com todas aquelas pessoas ao nosso redor... Ainda está tudo guardado em mim. Sinceramente, estou cada vez mais retraído, mais triste. É difícil. É inconsciente. É culpa da gente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Uma vez disse que o fim não importava, que a melhor parte era o meio, o caminho. Retiro o que disse. O fim importa. O fim é um limite chato. Se for fim de fato, vai querer dizer certeza. O ponto final torna-se algoz cruel. Adaptar-se será possível, mas difícil. Tropeço, arrasto... E assim a gente tenta seguir.</div>
<div style="text-align: justify;">
Ao sair do cinema, naquela noite, eu só queria te abraçar. Agora prefiro falar coisas sem sentido... Pra mim fazem sentido. Guardei em mim o seu sorriso, e ele ilumina-me às vezes. Espero que o fato de eu ter colocado o seu nome no hamster que comprei não tenha te ofendido.</div>
<div style="text-align: justify;">
É que a fenda no meu coração é grande. Até a poesia cai ali... </div>
<div style="text-align: justify;">
E nem todas as palavras que você gostava podem fazer uma ponte agora. É preciso ser essa coisa dramática? Pensar que era ontem que sonhávamos um filho. Brincávamos. Agora a gente cresceu e as obrigações do dia-a-dia diminuem cada vez mais a chance da gente se encontrar. O acaso não é mais nosso deus. Hoje, usamos óculos absurdos e suamos para ir ao banheiro. É, sempre tive medo que a rotina nos acabasse.<br />
Fui feliz com você. Juro que sim. Acho que a felicidade se foi junto com você. Ademais, duvido que haja algo que não seja finito.</div>
<div style="text-align: justify;">
Olhe para mim, querida. Não deixe-me sofrer assim. Que essa água que sai do meu olho agora não seja em vão. E pensar que todas aquelas vezes antes eu fingi sentir dor. </div>
<div style="text-align: justify;">
Estávamos interrompendo a luz do outro tanto assim? Vou me rasgar. Se rasgue comigo. Alimentemo-nos com muita cautela. Dizem que o corpo é importante.</div>
<div style="text-align: justify;">
Não pouse em vão nunca, amor, não brinque com o previsto.</div>
Gabriel G. Filpihttp://www.blogger.com/profile/14949903607454505547noreply@blogger.com4