Num entardecer hilariante com os últimos
cacos de céu se tingindo de rosa, acontecia uma festa. Cada indivíduo se
embebedava de óleo diesel e fumava farinha ao som doce do coral de flores. Era normal. Era legal. Todos faziam.
Era um
cenário deplorável, visto que todos na festa se encontravam em tal ângulo de
alteração psicológica que mesmo com toda a bela música floral para ouvir, o
ambiente não deixava de exalar cheiro de ressaca e arrependimento. Corpos
tortos e ternos desalinhados traziam os piores sentimentos à superfície;
inveja, ódio, vontade de falar errado e amor deixavam tudo inebriante. Nesse
cenário, um rei se apresenta. “Sou o rei” dizia.
Ninguém
acreditou.
Ninguém se importou.
E o tédio assolou aquele lugar.
Depois disso, o rei se irritou e foi-se embora.
E o povo continuou a beber óleo diesel e fumar farinha, como era antes.