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terça-feira, 1 de julho de 2014

Ilustração de Karla Ruas
Vem maré alta.
Ele nada, cansa os braços.
Muda o estilo, se adéqua ao mar...
Talvez dê conta de mais um pouco.

Lírica sofrida. Autoflagelação.
Agora entende o que disse um amigo
sobre se rasgar constantemente.
Mais uma braçada.
Ri-se por ter usado o mar tantas vezes
 como metáfora
e agora agonizar nele

Mais uma braçada.
A vida é cruel. Exige força que a gente não tem.
Se ao menos eu fosse corajoso a ponto de conseguir desistir...!
Virão marés ainda mais altas.

Pessimista essa visão.
Mas será tão bom olhar para trás
e ver que a maré que enfrentei ontem é tão minúscula!

É efêmero. Tudo. Cruel e efêmero.
Só nos prepara pra aguentar ainda mais
e nos faz mais inquietos por fazer o bem.


Mais uma braçada.

(...)

Um comentário:

  1. Lindo texto. A Efemeridade das coisas me assusta um pouco ás vezes,talvez, A junção desse texto com a ilustração me deu uma calmaria tão boa!...Parabéns Gabriel!

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