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sábado, 5 de janeiro de 2013

Mão Única

Quem inventou o amor?
Quem inventou a dúvida?
Não quero mais. Placebo, não quero mais.
Cápsulas, não quero mais.
Remédio, não quero.
Som oco que bateu bem aqui.
Pois está vazio. Simplesmente vazio. 
Tanta pontuação, tanta grafia.
Tanta preocupação com os outros, meu Deus!

Se o palco é livre, se posso, então...! Mas...
Não, não posso. O palco não é assim tão livre se há a plateia logo ali.
E tomo cuidado para não resvalar na ponte bamba
pra não respingar a gasolina no mundo.
Que o vento vai levar, isso é certeza.
Glândulas calmas, revoltas como o mar
que bate e leva.
Não é calmo nem revolto. 
Essa porcaria! Que chupem-se!
Lágrima contida bamboleia no limite entre a íris e o mundo
mostrando mágoas desmedidas.
Mágoas que eu mesmo me proporcionei
no dia em que não mais aceitei ficar à margem.


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