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sábado, 19 de abril de 2014

Minguante

Chora.
Borra a maquiagem empoeirada.
Cadê sua cor? Onde estão os pasquins?
Uma superficialidade bruta que enoja!

Braços fortes, chora.
Braços flácidos, chora.
Chora tanto, ele, ela!
Comendo um caviar de fel, coitados.

Tá encardido, encarquilhado.
Um sopro de meditação falha.
Simplicidade indecifrável nessa solidão imunda.
Né não? Não?
Caio chorando.

De promotor a réu. De holofote a apagão.
De inferno a céu. De plateia a atração.
Julgando todos os que choram
numa iludida presunção
de quem ainda não viu nada da vida.


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