Ilustração de Guilherme Fonseca |
Contorcendo-se na própria pele.
Afogando-se nos próprios cabelos.
O cansaço já nem incomoda tanto
e o burburinho não para.
Arqueadas, suas sobrancelhas cuidadas
perguntam a nós "como?"
Cabisbaixa, nossa geração não responde,
contorcendo-se numa lógica furada.
Arqueadas, as nuvens observam
o clima, o ofício e a ofensa.
O dilúvio comportamental pasma
uma sociedade estável e doente.
Arqueado, o corpo dela permanece,
pausado, sem conexão.
Agora tudo é simples.
Agora não há um só vagão.
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