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sábado, 25 de julho de 2015

Luana Afogada no Excesso de Objetivos Alheios

para Wanessa Cellys

Por Wanessa Cellys
  Houve Inquietude! Houve Tristeza! Houve Incerteza! Cheguei ao ponto de sentar-me à frente do computador pra decidir o que fazer. Tolice! Não poderia ser decidido ali. Uma vida toda não podia ser decidida num momento...! Poderia? Que tola, que tola, que tola sou eu.
  Parece tudo meio fora de órbita na minha vida. Tudo meio bagunçado, meio sem sentido. No computador, frazes e mais frazes de motivação, sobre sonhos e metas, Sobre otimismo e relacionamentos azuis, que fazem minha vida perder um bocado do sentido que a levava para frente. E essas pessoas sorridentes... Minha cabeça é um poço de ideias e buscas diárias. Inconstância, por mais que os dizeres dezenhados (por mim) no meu quarto exijam o contrário. Inconstante sou, e isso dói. 
  Desço um pouco mais o feed. Uma página inicial repleta de novidades: ele se formou! Ela começou a namorar! Ela fez um prato saboroso e quis colocar na rede! Ela tem um gato fofo! E conquistas, e frases de determinação. E conquistas e conquistas e conquistas... alheias. Quanta felicidade! Que agonia de mim mesma!
  Mas paro para refletir. Sorrio ao concluir que todas aquelas pessoas são como eu. Que essas frazes que as vejo compartilhar são como a minha "constância" dezenhada por mim no meu quarto: não o que realmente são, mas o que almejam ser.
  Guardo uma dúvida e uma relutância em fazer as coisas que não me era comum pouco tempo atrás. Sobre futuro. Sobre futuro. Sobre futuro. E os eus do passado, ali nas fotos, ali nas frases e nas ideias, não é muito diferente do eu de hoje. Não mudei, por mais que pareça ter mudado.
  O que viver pra chegar à meta? Qual é a minha meta? Não ter um sonho bem delineado faz de mim alguém sem sonhos ou alguém com sonhos infinitos? Se posso adequar-me às circunstâncias, isso não faz de mim alguém com mais possibilidades de ser feliz?
  Ah, como admiro aqueles que se dizem certos de seus objetivos. Eu mesma não consigo enxergá-lo muito bem. Mas vou galgando aos poucos pequenas descobertas, sentindo forte os caminhos. Refletindo frente às encruzilhadas. E decidindo aos poucos, Fazendo da beleza da viagem o caminho, não o final. Uma batalha interior diária, que se estende numa batalha interior da vida toda. Isso é minha defesa; diminui as possibilidades de decepção. Ou as aumenta?
  Houve Inquietude! Houve Tristeza! Houve Incerteza! Ouve: alguém que talvez concordou contigo está te dizendo algo e parece até que te admira por algo aí que você disse um tempo atrás, Luana...! Ouve!

(...)

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Meu amigo seu texto parece uma página melhorada do meu diário.Acho que sou Luana.
    Mesmo sem saber,você descreveu tantas dúvidas e incertezas que me acompanham pelo caminho.Esse caminho na construção do ser.
    Estou muito agradecida,este é um belo presente de aniversário.
    Encontrar você deixou o meu caminho mais iluminado e mesmo com todas incertezas interiores a clareza da nossa amizade se afirma a cada dia.Te amo!

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